1 de ago. de 2011

[Resenha] Anna e o Beijo Francês

Rótulos. Às vezes os livros também sofrem com esse problema de rótulos. Ao me deparar com a capa e o título de Anna e o Beijo Francês muitas coisas passaram pela minha cabeça: um chick-lit? Fofinho voltado para as pré-adolescentes? Bobo? Preconceitos a parte, resolvi aceitar ler e correr o risco de gostar ou não, afinal o crítico para falar de algo precisa conhecer o que está sendo analisado antes de expressar sua opinião. Quebrei a cara. A obra de Stephanie Perkins já está na lista de melhores leituras do ano, simplesmente porque me surpreendeu e me empolgou a cada página. Uma história simples, convencional, mas contada de modo empolgante e bem pessoal. Não há como não se identificar com os sentimentos dos personagens.

O livro fala sobre Anna Oliphant, uma jovem americana de 18 anos que, por pressão do pai, vai para Paris, França estudar por 1 ano em um colégio interno. Deixando família, amigos e o início de um sonhado romance, Anna está revoltada e se prende ao sonho de ser uma grande crítica de cinema, divagando em seu futuro. Até que passa a conhecer colegas de residencia, conversar, interagir e conhecer St. Clair – o jovem americano com sotaque britânico e falante de francês. Anna fica mexida com o novo amigo, mas há um problema: ele tem namorada. E há alguém esperando por ela em Atlanta, sua cidade natal. Dilema. Daí surge muitas situações de engraçadas a dramáticas, passando por traições, brigas, reconciliações, festas – e a Cidade Luz como plano de fundo de todas essas situações.

A narrativa é um grande tour por Paris. Quem nunca foi lá, ao ler o livro se apaixona pela cidade e passa a querer pegar o próximo voo. A autora foi muito feliz a descrever vários aspectos da cidade, desde sua grande quantidade de cinemas a arquitetura dos grandes monumentos. E o mais bacana é saber que Perkins nunca foi a Paris! Tudo resultado de uma belíssima pesquisa na internet. Obrigado, Google! Em se tratando da história, o começo é um tanto empolgante, com uma narrativa bem simples e feita em primeira pessoa, na perspectiva de Anna. Esse é um dos pontos fortes da obra. Muita gente não gosta desse tipo de narrativa, mas o modo como Anna descreve tudo é agradável e muito concisa. Não há momentos em que você se perca por Anna não presenciar fatos: tudo é esclarecido e de modo bem crível. Chegando ao meio conhecemos melhor os personagens e nos sentimos da turma de Anna, com Meredith, John e Rashimi, e claro St. Clair. Cada um é importante para a trama, a autora os desenvolveu muitíssimo bem sendo que cada um deles tem sua história em paralelo com a aventura de Anna pelas ruas de Paris; e quando elas se entrelaçam é interessante ver que tudo se encaixa – desde frases soltas no início do livro que passam a ter sentido ao final. Um único problema que eu identifiquei foi na diagramação que por muitas vezes confunde o que é fala ou o que é narração, os misturando. Mas não é nada de alarmante e de difícil entendimento. Dá pra contornar, por mais que seja chato fazer isso várias vezes.

E claro, não tem como negar que é um romance bem doce. Mas doce mesmo! As garotas vão se derreter junto com Anna por St. Clair. Por ser do tipo romântica, mas com atitude, Anna é um exemplo de garota do Séc. XXI, fazendo da obra bem atual e causando uma identificação com quem lê. Mas os garotos também podem gostar do livro, claro! Não há como não se identificar com pelo menos um dos personagens de modo que deixam suas fragilidades e trejeitos à vista para Anna descrever e nos contar tudo; como St. Clair que tem medo de altura e rói unhas, ou Rashimi que está preocupada com o isolamento dos amigos e as más companhias da irmã mais nova. Cativante, simples e emocionante. Stephanie Perkins mostrou que ainda dá pra escrever um romance interessante e conciso, mesmo sem vampiros, anjos ou coisas do tipo. Lemos algo real, que pode acontecer. Em resumo, alguém me compra uma passagem só de ida para Paris?

Revelada a capa de Numbers

Foi revelada hoje através do twitter da Editora iD a capa do novo lançamento da editora, o primeiro volume da série Numbers - Tempo de Fuga, de Rachel Ward.


A capa segue o mesmo padrão da gringa e será lançada na Bienal do Livro do Rio. A série Numbers já tem três livros publicados lá fora: Numbers, The Chaos e Infinity. Leia a sinopse:
Desde que sua mãe morreu, sempre que Jem conhece alguém novo, não importa quem, assim que ela olha em seus olhos um número aparece em sua mente. Esse número é uma data: a data em que eles irão morrer. Sabendo que nada dura para sempre, Jem evita relacionamentos. Até que ela conhece um garoto chamado Spider, outro excluído, e tenta a sorte. Mas enquanto estão esperando para entrar na London Eye, Jem percebe que todos os outros turistas na fila têm o mesmo número. Hoje, a data de hoje. Algo terrível vai acontecer.