29 de jun. de 2011

[Resenha] Um Amor Para Recordar

Ao ler um livro, espero que ele me impacte de certo modo. Se ele é um terror, que me assuste pelo menos; se é uma comédia, que me faça rir; se é um drama, chorar é válido; mas no fundo mesmo gosto daquele que, não importa o objetivo primordial, me surpreenda – e felizmente isso acontece sempre com as obras de Nicholas Sparks. O autor estadunidense tem a mágica nas mãos e as usa nos momentos-chave das suas narrativas. Em seu terceiro livro, Um Amor Para Recordar, não é diferente. Podemos notar quando Nicholas nos envolve na trama, nos dá lições de vida e nos faz emocionar.

O livro conta a história de Landon Carter, filho de um político famoso e neto de um avô poderoso na Carolina do Norte. Rico, mimado e rebelde, Landon vivia com seus amigos em busca de encrencas que nos anos 50 eram consideradas inadmissíveis: como ir ao cemitério comer amendoim, olha só. Ao final do high-school e visando uma melhoria no currículo com facilidade para entrar na Universidade da Carolina do Norte (UCN) acaba aceitando participar do grupo de teatro da escola. Lá encontra Jamie Sullivan, a filha do pastor da cidade, com suas saias quadriculadas e compridas e seu blusão marrom – nada atraente para ele, a princípio. Com a convivência, Landon passa a conhecer melhor a garota tímida e meiga, a qual todos da cidade amavam se orgulhavam, e se viu envolvido a ela no momento em que seus amigos passaram a criticá-la e a tratarem mal simplesmente por ela ser, Jamie. A amizade passou a virar amor, mesmo ele prometendo não se apaixonar por ela.  Landon percebeu então que estava mudando graças à Jamie e seu jeito de ser, sempre com fé a Deus e boa com as pessoas. Ela tinha 17 anos, e havia um segredo entre eles capaz do romance ser um fim mais cedo que o imaginado.

O livro é bem diferente do filme pra que acabou de ler e achou estranhas as diferenças apresentadas anteriormente – mas a essência está lá, assim como os personagens e as lições de vida. Não há como não se emocionar com o sofrimento de Landon ao saber o segredo de Jamie ou com os últimos momentos de relacionamento do casal. Mas sabe a mágica que eu estava falando que o autor tinha? Pois é, ao ler nos deparamos com uma Jamie conformada com os “planos de Deus” para ela e não vemos tristeza ou frustração, e sim uma fé inabalável. Nicholas sabe colocar exatamente nos pontos mais importantes toda a sua carga de drama e ao mesmo tempo redenção. Conformamos-nos com os fatos e aceitamos ao ler. Isso é a mágica de ler um livro e se deparar com lições cada vez mais adequadas a nossa vida.

Esse livro torna-se especial dos demais de Nicholas (eu já li 5 obras do autor) pois ele aborta um tema até então não muito explorado: a fé e o amor incondicional. O relacionamento familiar ou até o romance do casal, claro como em todas as suas obras, está presente, mas o que é mais abordado trata-se de como temos de aceitar os fatos, e nos apoiar em algo ou alguém nos momentos difíceis. Jamie tinha a Deus e Landon foi apresentado a ele – e um milagre aconteceu. A mudança de vida de Landon é incrível de ser lida e nos faz querer ser melhores pessoas – o modo como lida com os fatos e a diferença em suas atitudes. Isso que é o diferencial de um bom livro: quando empregamos os valores apresentados no nosso meio de vida e há um impacto. Se você já sabe a história completa, leia, pois se surpreenderá com a mensagem que até então não foi vista no livro. Se não ainda, leia agora mesmo.