5 de fev. de 2011

[RESENHA] Instintos Cruéis (Carrie Jones)

Sabe aquela sensação de quero mais? De que a história estava empolgante e divertida e num um piscar de olhos você está na última página? Bem, isso foi o que eu sentir ao terminar de ler Instintos Cruéis, de Carrie Jones. Um livro que tive a oportunidade de ler graças ao book tour da Editora Underworld, que por sinal está de parabéns com a tradução, a arte do livro e os gráficos nas páginas.

O título e a capa do livro dão um ar de suspense para a trama, que claramente combina com a história que, por sinal é bem criativa e original. Cansado de temas sobrenaturais que apenas envolvem vampiros, anjos ou lobisomens? Aqui você encontra uma nova ‘classe’, digamos assim, de seres fantásticos: os pixies. Bem, eu não sabia absolutamente nada de pixies, mas a autora Carrie Jones explica aos poucos o que são eles, sua mitologia, entre outras curiosidades – e isso é uma coisa que eu admiro muito na literatura fantástica. Bem, no livro conhecemos Zara, uma jovem de 16 anos que acabara de perder seu padrasto, vítima de um ataque do coração, e está perdida em seu mundo particular e depressivo das fobias. Sua mãe resolve enviá-la para a casa de sua avó adotiva, no Maine. Gelado e silencioso; um típico local perfeito para um filme de terror, ou quem sabe para refletir sobre si mesma e tentar recarregar as baterias depois de um drama tão intenso. Lá, Zara tem a sensação de que está sendo perseguida e vigiada por alguém o qual ela não consegue identificar; e isso a deixa muito intrigada. Faz amizades (e inimigos) logo no primeiro dia de aula na nova escola, destacando-se nos esportes e até com os garotos. Bem, o que ela não sabe – ainda – é que o Maine não é, digamos assim, normal. Todos que a cercam por lá têm seus segredos, incluindo até a sua avó. Cabe a ela lidar com essas descobertas e enigmas cada vez mais assustadores.

A escrita da autora é muito agradável e bem objetiva. Carrie consegue explicar sem rodeios sensações das mais diversas possíveis em poucas linhas, e isso para um suspense é super válido, tornando a leitura dinâmica e envolvente. O livro é em 1° pessoa, pela visão de Zara; portanto relaxe de você sentir falta de descrições dos personagens (isso me incomodou muito no início, principalmente em relação aos pixies que eu não fazia idéia de como seriam – pesquisei até na internet, mas isso é uma surpresa que somente nas últimas páginas é revelado então: fique esperto). Zara é uma personagem carismática e não é daquelas que você tem vontade de bater por fazer besteiras ou coisas do tipo: cada atitude tem seu motivo e você é convencido a reconhecer de que suas ações são lógicas, mesmo que estranhas a princípio. A única coisa que não gostei foi que a cada revelação bombástica para qualquer humano 'normal', Zara ficava calma, como se nada tivesse acontecido e poxa, se eu me colocasse no lugar dela seria uma novela mexicana, entende – ela age com uma natureza fria, não muito convincente. Tirando isso, Instintos Cruéis passou pela minha aprovação com um sorriso. É jovem, divertido e diferente; uma agradável leitura de fim de semana.