12 de jul. de 2011

[Resenha] Louco aos Poucos

Pra início de conversa, esse livro é para mim o mais difícil a ser resenhado, desde o início do blog até esse momento. Pra falar a verdade, estou procurando palavras para descrever, e não pense nisso como algo bom porque a obra de Libba Bray, Louco Aos Poucos, foi uma leitura cansativa, de algumas nuances positivas, mas em sua maioria muito negativas. Não conhecia a autora, e a impressão que ela deixou foi de que ela realmente precisa de um psicólogo (ou psiquiatra, eu não sei).

O livro fala de Cameron Smith, um garoto de 16 anos normal como todos os outros até que passa ater alucinações, visões e é diagnosticado com a Doença da Vaca Louca. A partir daí, após seu médico dizer que a tal doença não tem cura, Cameron se fecha num mundinho só seu e passa a viver miseravelmente. Até que surge Dulcie, uma anja com estilo punk-rock trazendo a mensagem a Cameron de que ele tem que salvar o mundo e com isso ele ganharia a sua cura através do Doutor X, doutor esse que estaria causando problemas ao mundo. Com a ajuda de seu novo amigo Gonzo, um anão hipocondríaco que ele conhece no hospital onde está internado, Cameron foge de sua cama e parte nessa jornada em busca da salvação universal e ao mesmo tempo pessoal. Daí surge várias passagens da dupla por várias cidades dos EUA, conhecendo pessoas e até seres, como Balder – um deus viking aprisionado num corpo de um gnomo de jardim - e arrumando confusões pra lá de confusas.

Não esperava nada do livro, comecei a ler a partir da página 40 senti que seria um pequeno sacrifício terminar um livro com mais de 500 páginas mal escritas. A narrativa segue sem nenhum padrão, tornado a leitura chata em muitos, mas muitos momentos. Creio que as 590 páginas poderiam ter sido resumidas em umas 250 facilmente: mais da metade do livro é contido de detalhes desnecessários que fazem da história entediante. Libba Bray usa e abusa de palavrões e termos chulos em sua narrativa, tornando até desconfortável em certos momentos para mim. Porém há momentos até de certo modo interessantes: os personagens são bem escritos, suas características são bem desenvolvidas e expostas com facilidade. Conhecemos Cameron e seus amigos a fundo, podendo até mesmo dar certos pitacos nas burradas que eles fazem durante a sua viagem em busca ao Doutor X. As falas dos personagens também são hilárias, e em alguns momentos sentimos estar viajando junto com eles – mas isso acontece em raros momentos do livro.

A autora começa um livro despretensioso, de uma narrativa simples e agradável (mesmo com erros de diagramação de dar uma pontinha de dó), passa por um furacão de acontecimentos totalmente desnecessários e chega a um clímax capaz de nos dar muita, muita raiva mesmo! Acho que nunca me estressei tanto com um final como o desse livro que chega a chocar a quem lê. Queria ter gostado do livro, uma pena. É claro que ele tem o seu desfecho anunciado faltando algumas páginas pro fim, mas ler e saber que várias pontas da história ficaram sem respostas é o cúmulo. Creio que se esse livro fosse um roteiro de cinema seria perfeito, mas não funciona na leitura. Ao fim me senti enganado, passei por todos os problemas de Cameron junto a ele, quase o abandonando em certos momentos, e chegando ao final um balde de água fria é jogado em cima de mim, e com pedrinhas de gelo acompanhando. Foi uma viagem, frustrante, uma bad trip.