16 de dez. de 2010

[RESENHA] Bilionários Por Acaso - A Criação do Facebook (Ben Mezrich)

Uma história atual. É isso que me fez ler esse livro. Nunca me interessei na história do Facebook e como ele foi criado até saber desse livro – e, confesso, quando soube que viraria filme fiquei com mais vontade de lê-lo. A história do americano Mark Zuckerberg e do brasileiro Eduardo Saverin é incrivelmente bela e trágica. Nerds soltos em Harvard a procura de garotas – isso daria um filme? Se você pensou em American Pie, pensou errado. Escolhas, atitudes, genialidade e, principalmente, traição fazem dessa história única e empolgante de se ler; e com uma moral incrível.
O diferencial em “Bilionários Por Acaso – A Criação do Facebook” é que nele todos são parte mocinhos e parte vilões. E é isso mesmo que acontece na vida real: ninguém é 100% mocinho ou 100% vilão. É isso que Ben Mezrich quer passar com esse livro, afinal ele foi baseado em uma história real. Quando a dupla de amigos se une a fim de criar o “TheFacebook”, fica claro de que a obra seria dos dois. Tudo bem que quem realmente deu vida ao site foi Mark, sempre de frente ao computador trabalhando, mas quem financiou todo o trabalho, colocando suas próprias economias no site, foi Eduardo. É aí que Ben nos força a escolher um lado – mesmo sem saber se o que estamos escolhendo é o certo.

Mark Zuckerberg vai de bonzinho a charlatão durante o livro, deixando o leitor sem saber se ama ou odeia o personagem. Ben não se aprofunda no que passa na cabeça de Mark, afinal o mesmo não colaborou em nada para esse livro acontecer, mas Eduardo sim. Conhecemos um Eduardo esperançoso com a amizade com Mark, com o Facebook, com a faculdade. Conhecemos suas emoções, seus pensamentos e suas dúvidas. Criamos um vínculo com o personagem – mas sempre ficamos com o pé atrás, pois suas atitudes muitas vezes não condizem com sua personalidade. Ao mesmo tempo em que Mark é um enigma autista, Eduardo é um livro aberto com páginas coladas.

Falando da narrativa, é uma história empolgante, com festas, traições, piadas e muitos, muitos palavrões. O autor não dispensa um palavrão sequer durante a narrativa e me surpreendeu, pois nunca tinha lido nada do tipo. Os capítulos são bem curtos, deixando a leitura mais ágil e intensa. Lembrou-me muito a cenas de filme; acho que deve ter sido muito fácil para David Fincher, diretor de A Rede Social, adaptar o livro – praticamente todas as cenas já estão perfeitas para serem encenadas. Só um ponto negativo: há momentos em que a linguagem não fica clara, principalmente quando ele descreve a criação do site – linguagem de hacker sabe? Bem Eu não sou hacker e eu não entendi muita coisa, mas isso é o de menos e não influencia na história; só incomoda na hora da leitura.

Eu recomendo a todos que querem ler uma história que foge de todos os padrões de um romance normal e nos leva a conhecer a vida real, com pessoas reais, mas num mundo virtual. Vou nessa, vou ver o filme! E pra quem leu: TEAM MARK ou TEAM EDUARDO?